sábado, 17 de maio de 2014

Em processo

Sobre  a estabilidade
sua inexistência, nossa insistência

Sem parada.
Não tem estação, cais, recreio, ponto de ônibus.
Não tem banquinho com encosto pra sentar e olhar
a gente mesmo passar.

O movimento - nos pés e no peito -
é cambalhota até a tontura repetida,
balanço de frio na barriga,
7 curvas de estrada estreita,
trens que se cruzam no auge da velocidade,
espiral compulsória.

A estabilidade - nos pés e no peito -
não combina com o tempo
não combina com o vento
não combina com o som
das asas
dos seres novos
batendo.

É impossível
- ou é busca, ou ilusão, ou vício
e nos três casos, é mentira,
é loucura admitida
como um horizonte emoldurado
que aprisiona o próximo passo.


Um comentário:

Marcia disse...

Querida mais querida de todas, que lindo....esse vai ser meu mantra nos meus 55anos, e nos próximos 55:
"A estabilidade - nos pés e no peito -
não combina com o tempo
não combina com o vento
não combina com o som
das asas
dos seres novos
batendo.

É impossível
- ou é busca, ou ilusão, ou vício
e nos três casos, é mentira,
é loucura admitida
como um horizonte emoldurado
que aprisiona o próximo passo."