sexta-feira, 18 de setembro de 2009

pois é...









Tem umas coisas que deixam a gente sem palavras - não é que não dê pra falar nada... é só que o que quer que se fale não diz.

Essa semana vivi uma das experiências mais malucas de confusão entre arte e realidade da minha vida. Aliás, posso chutar que será uma experiência marcante pra vida inteira. É algo que eu vou querer contar um dia, quando der.

Por enquanto, só desejo conseguir continuar lembrando de um espaço-tempo de magia e de amor que eu vivi. Desejo muito que a memória se mantenha fresca, embora já comece a falhar.

Lembrei dessa música todo o tempo... acho que "pois é" é o que dá pra dizer nessas horas em que a gente sente que entende da vida ainda menos do que achava que entendia.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Um diálogo possível

Ainda diretamente da nossa capital, escrevendo da Biblioteca Nacional, onde acesso a Internet gratuitamente e sem frescuras, trago um esforço de imaginação que, obviamente, não reflete literalmente a realidade, mas que, talvez, a revele em alguma dimensão.

Sr. Assistente do Governador do Distrito Federal responsável pela Manutenção da Belza da Capital para Impressionar Estrangeiros e pela Recepção de Turistas para a Comemoração da Independência diz:

Sr. Governador, penso que há uma intervenção importante para o setor de Manutençaõ da Beleza da Capital para Impressionar Estrangeiros realizar.

Sr. Governador do Distrito Federal diz:

Qual?

Sr. Assistente do Governador do Distrito Federal responsável pela Manutenção da Belza da Capital para Impressionar Estrangeiros e pela Recepção de Turistas para a Comemoração da Independência diz:

Sr., nossa estação rodoviária é muito feia, não combina com os monumentos do Sr. Arquiteto Mór, está desorganizada, as escadas rolantes estão emperradas e há sempre muito pobres passando por ali.

Sr. Governador do Distrito Federal respira aliviado e diz:
Ih, menino. Relaxa! O Sarcozi vem de avião...

domingo, 6 de setembro de 2009

Reflexões sobre o deserto de concreto

Quem foi que teve a idéia de planejar a solidão?




Conceber o isolado, o vazio no meio da imensidão?











Será que é da nossa natureza querer sentir-se









indivíduo?













É assim que a capital monumental das enormes distâncias me faz sentir:













indivíduo













- descolado, distante, frio, só... meio que congelado e esvaziado de potência.

Onde tudo o que há de grande e forte é concreto e até grandes coletivos pareceriam ínfimos formigueiros diante de construções feitas de operários mortos... o que é se ser um?

Ok. Ser um, estar só por propósito, pode, sim, exercer-se como afirmação de individualidade, como a paz do "eu" sem rótulos. Mas, se a busca é por paz... olha... eu escolheria um lugar mais bonito e vivo. Mais verde. Mas verdade.

Eu iria pro mar.

Que em Brasília a solidão é mais só.