sábado, 28 de julho de 2007

Clarice Lispector. Na hora certa.

Tô lendo um livro da Clarice, Perto do Coração Selvagem. Foda. Aí, tive que copiar vários trechos, que reproduzo aqui:

"Nada acontecia se ela continuava a esperar o que ia acontecer" (Não é mesmo? Não é assim com todo mundo? A gente sabe. e mesmo assim a gente espera)

"'Tudo é um', entoava. Parecia-lhe que se ordenasse e explicasse claramente o que sentira, teria destruído a essência do 'tudo é um'". (Às vezes, explicar atrapalha tanto! Sim, tudo é um. Muito um.)

"A liberdade que às vezes sentia. Não vinha de reflexões nítidas, mas de um estado como feito de percepções por demais orgânicas para serem formuladas em pensamentos" (Cérebro limitado. E pra piorar a gente só usa uma pequena parte!)

"Quando me surpreendo ao fundo do espelho, assusto-me. Mal posso acreditar que tenho limites, que sou recortada e definida. Sinto-me espalhada no ar, pensando dentro das criaturas" (Espalhada no ar. Sem limites. Sem espelhos.)

3 comentários:

naná de castro disse...

Cérebro limitado? Não é cérebro não! É corpo-todo. Orgânico, né? Gostei disso aí, é bem isso, mas não dá pra explicar, senão deixa de ser.

Juli =) disse...

Sim, corpo-todo. Comandado pelo cérebro que não quer deixar a gente perceber!

Érica disse...

Digitei mal posso acreditar que tenho limites...e achei seu lindo blog...um abraço

pode linkar vc?

;***

queria saber uma outra coisa, se vc conhece bem sabe sobre um texto em que a personagem começa a desaparecer do espelho e o esposo dela tem q reensina-la todos os dias sobre si mesma??é da clarice mesmo??abraço de novo