segunda-feira, 13 de julho de 2015

Achados de outro feriado, perdidos no caderno

Feriado 

É feriado.
Trabalhamos.
A voz do metRô é a mesma de qualquer segunda-feira.
A moça brasileira e o tradutor inglês
não engasgam, nem bocejam.
Até os passarinhos brincam nas árvores
como em qualquer segunda-feira.

É feriado.
Caminhamos.
Pernas de ferro nos levam
rápido
pra longe de nós.
Mais rápido
pra mais longe.

Uns vamos à praia.
Outros limpamos banheiros.
Alguns encontramos segundos de vida viva.
Farejamos...


***

Faria Lima

A caminho do nada
a moça se arruma.
No espelhinho,
os cílios vão ficando pretos.
Os cabelos,
que nasceram pretos,
são agora loiros.

Tudo moldado
pelo nada.
para o nada.

A moça se arruma,
o mundo se arruma - no molde.

O sinal toca
pra fechar o espelhinho.
O destino chegou
e os cílios pretos de cabelos loiros têm pressa em direção ao destino.

O nada é a Faria Lima

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