Caldinho de feijão
Tudo aconteceu por causa de um
caldinho de feijão.
É. Foi a Alice que disse que
ouviu o Seu Baltazar contar que o começo ao alvoroço foi, mesmo!, o feijão da
Vera. Ou melhor, o feijão do Teobaldo. Melhor ainda, o feijão que o Teobaldo
fez pra Vera. O Teobaldo trabalhava de noite e
a Vera trabalhava de dia.
Eles davam seu jeito pra namorar
no intervalo.
Num dia... Numa noite... num intervalo desses, o Teobaldo, que era bom de fogão, levou um caldinho quentinho pra Vera poder jantar.
A Vera trabalhava num baita predião e fácil é que não foi pro Teobaldo fazer o caldo chegar até ela, passando por tanta grade e tanta câmera sem esfriar.
O caldo era divino, mas a quantidade era demais pra Vera. Então ela pediu pro Lucio segurar as pontas e foi oferecer um pouco pro porteiro do predião do lado.
Muitas câmeras e grades depois, o caldo do Teobaldo foi tomado por todos os porteiros e porteiras dos prediões daquela rua.
Há quem diga que sobrou até pra congelar!
Há quem diga que a Vera fingiu que a receita era dela, só pra não fazer tanta propaganda do companheiro assim.
Há quem diga que o Seu João não tomou o caldo porque era um... cara alérgico a feijão.
E tem até o Dante, que garante que foi assim que começou a tal revolução de porteiros – aquela lenda que começa no incêndio e termina num churrasco?
Mas aí, é como sempre diz a Tereza, a história é tão antiga que ninguém mais tem certeza.
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