domingo, 2 de setembro de 2007

Clarice e Tilce

Sexta-feira fiz a coisa mais produtiva dessas minhas "férias-forçadas-prolongadas-de-meio-do-ano": fui no Museu da Língua Portuguesa ver a exposição da Clarice. Não porque é museu e ir no museu é bonito, mas porque a Clarice é foda, só por isso. Confesso que depois de uma hora e meia, saí de lá com dor de cabeça, mas valeu. Aquelas frases soltas nas paredes são lindas e eu queria lembrar de todas. Duas sobre cachorro, me marcaram especialmente. Mas não lembro com prefeição. Era algo como:

"Por que um cão é tão livre? Porque ele é um mistério vivo que não se indaga"


"Meu cachorro me ensina a viver. Ele vive sendo e ser é sua única atividade"



Simples e bonito. Depois, vi a última entrevista dela antes de morrer, contando que um professor de literatura, um dia, disse que não entendia nada do que ela escrevia. Pouco tempo depois, uma menina de 17 anos disse que o livro da Clarice era seu livro de cabeceira. Com isso, a autora concluiu que não é preciso inteligência pra ler Clarice, é preciso sensibilidade, identidade.

***

Adendo sentimental: Durante toda a exposição me lembrei da minha amiga Tilce e me senti a mosca que sobreva o líquido verde que saiu da barata do livro "A Paixão Segundo G.H" (aliás, o povo da exposição projetou uma barata por causa desse livro, mas a projeção tava tão ruim, que demorei pra perceber que era uma barata). Retomando o raciocínio, me senti a mosca da gosma porque nem sei se a Tilce tá viva ou morta.

A Tilce vivia num asilo em Americana e me ensinou um porrada de coisas, entre elas, gostar da Clarice. Ela ia pirar com o museu. E eu sou a amiga mais relapsa do universo!

2 comentários:

Endy disse...

ju!!! estou animadíssima para ir a essa exposicao...mas sou barata em são paulo, perdida nos metrôs da terra da garoa! vou planejar para que eu possa ir antes do término! saudades...bjobjo

Juli =) disse...

Planeje mesmo, que tá bem linda! Eu sou suspeita, mas adorei. Me avise quando for, que se der até repito a dose!

Beijo.